caderno [9]

o infinito é quadrado

caderno de M. Duras para India Song



um caderno é só um caderno eu não sou caeiro e você não está lendo isso mas por onde andei as letras saem do baralho as cartas extraviam enquanto alguém estrebucha sozinho numa casa sem teto o céu desaba e a vista não é bela porque imaginamos uma sequencia de bestialidades que não se traduz em minhas pernas abertas nem no tempo gasto para cozer conceitos falidos que põem esta comida rarefeita em minha mesa manca como elza decido que foder é a saída para qualquer escrita que se dê o respeito hoje porque afinal sonhar com o cabral rezar a bunda aquosa de um pastor empalhado como obra náufraga no mar sórdido dessa baia fétida que um dia abrigou golfinhos barcas e minha cidade natal é como viver sonambula de mim. e um caderno é só isso. a sequência de um sonambulismo da escrita.

Comentários