foto Alexandre Lima para o projeto Cadernos do Corpo - o gesto mínimo de Ana Kiffer |
um caderno do corpo é gesto. antes da letra. um traço. o gesto está aí entre o impacto da força e a potência aberta do espaço. entre a carne e o ar. incompatíveis. não
lemos o gesto. que resiste à nossa invasão. por isso há algo entre o gesto e o resto. adensando a letra. tremulando o traço. perdendo a linha. linear. nada no gesto é reto. tenta-se agarrá-lo com força ou leveza. por onde escapa. e resta. fino ou transparente. cheio ou denso. desaparecendo
do papel. foge. perfurando-o. o caderno é o primeiro supliciado do corpo. dessas
borras impressas. formas sem forma. ali virtualmente. sem nada dizer. o gesto. esse emaranhado que subsiste. imperceptível. e só por isso se pode hoje dizer que um caderno de gestos mínimos é o traço de um rizoma de afetos.
[o projeto do caderno "o gesto mínimo" engendrou camadas distintas. ele surgiu num caderno a4 onde me coloquei a tarefa de -após intensa observação dos gestos que se repetiam no meu corpo- buscar escreve-los apenas através de um ou 2 traços de pastel vermelho ou negro sobre o papel. sobre cada página traçada eventualmente escrevia com caneta ponta fina uma ou outra frase...gérmen posterior desses poemas em prosa, outras desses fragmentos (como este aqui encima) suspensos entre a crítica e a poética. mas queria voltar depois dessas camadas ao meu corpo. encontrei um amigo fotógrafo. combinamos um dia no seu estúdio que estava vazio. o navio deixava o rio. em direção a SP. ali vivemos algo que resultou numa quantidade imensa de fotos. depois a seleção delas. a composição de um caderno tríptico -o gesto mínimo - em 3 partes: (1) cadernos do corpo, (2) ao rés do chão (3) revolutions. colocarei aqui e ali fragmentos desse livro inédito]
[o projeto do caderno "o gesto mínimo" engendrou camadas distintas. ele surgiu num caderno a4 onde me coloquei a tarefa de -após intensa observação dos gestos que se repetiam no meu corpo- buscar escreve-los apenas através de um ou 2 traços de pastel vermelho ou negro sobre o papel. sobre cada página traçada eventualmente escrevia com caneta ponta fina uma ou outra frase...gérmen posterior desses poemas em prosa, outras desses fragmentos (como este aqui encima) suspensos entre a crítica e a poética. mas queria voltar depois dessas camadas ao meu corpo. encontrei um amigo fotógrafo. combinamos um dia no seu estúdio que estava vazio. o navio deixava o rio. em direção a SP. ali vivemos algo que resultou numa quantidade imensa de fotos. depois a seleção delas. a composição de um caderno tríptico -o gesto mínimo - em 3 partes: (1) cadernos do corpo, (2) ao rés do chão (3) revolutions. colocarei aqui e ali fragmentos desse livro inédito]
manda! curiosa pra ver.
ResponderExcluirOi Ana, lindas fotos e poesia! passo sempre por aqui para curtir novas postagens suas. Aprendendo a navegar pelos projetos aqui compartilhados. Sempre curiosa com o que vem por aí. Está cada dia mais bonito. Quiz dizer: manda=compartilha - curiosa para ver "aqui e ali fragmentos deste livro inédito". Reflexões que acompanho aqui e ali, sem pretender ou saber ou compreender tudo. Experimento este espaço aqui como um lugar de poesia, conceitos e ideias . Sempre inspirador, porque sensível. Parabéns.
Excluirsó posso agradecer o interesse. Esse que postei já é um dos primeiros fragmentos do caderno-livro "o gesto mínimo". Vou sim colocando outros e ficarei sempre feliz com o teu olhar.
ExcluirGosto muito desse seu escrever em mínimos. Frases curtas, milimetricas.
ResponderExcluirGrandes pensares. Lindos poemas.
A sua cara...
Que ótimo! Fico muito feliz com esse retorno!!! Que incentiva a caminhada, beijos
ExcluirUm convite a dança! Quero me aproximar de suas palavras-corpo!
ResponderExcluirficarei muito feliz com essa aproximação!
ExcluirSalve, salve querida prima N'Ana... que lindo...
ResponderExcluirC(s)em -mil- palavras, som, canto, desenho, papel, foto e movimento.
Tios Amy e Cléa orgulhosos, desde sempre.